10.12.09

Alicia Keys foge dos rótulos em seu novo álbum



"Não tenho fórmulas para que a música venha até mim"
AGÊNCIA EFE - UOL - 09/12/2009 


A cantora Alicia Keys apresentou nesta quarta-feira (9), em Londres, seu quarto álbum de estúdio, "The Element of Freedom", um disco "muito pessoal" no qual a diva do R&B se aventura no funk e no reggae e que inclui um espetacular dueto com Beyoncé.


"Não gosto de ser rotulada como cantora de um único gênero, odeio essas classificações. A música é infinita e não temos por que pertencer a apenas um estilo", disse Alicia em um encontro com a imprensa internacional.




Veja e ouça abaixo uma das novas músicas da cantora




8.12.09

Peças Impressas











Agradecimento especial pela ajuda de Alisson Rogério, grande parceiro de criação.
João Paulo

Pedro Henrique

Assisto a uma guerra de estampas. Tiroteios, projeções. Rótulos para quem faz e quem não faz; quem recebe ou não recebe; para quem dá ou quem não dá. Rótulos são finitos; personalidades não. Rótulos são preto-e-branco; personalidades são multicor. Projeta-se o morto sobre o vivo; o silêncio sobre o som. Ataca-se o real. Mas o real é sempre único.

Não sou vermelho, mas também não sou incolor. Não sou nenhuma das cores que se acha em lápis-de-cor.
Rotule quem faz campanha contra rótulos. É fácil. Mas e você mesmo? Com um só rótulo você se veste ?








Pedro 1
Pedro 2


Pedro Henrique Santanna

4.12.09

Criar rótulos...



Marcela Castro

Aprecio a estética, o bom gosto.  Gosto de me sentir bonita e de bem com meus valores. Os valores são relativos. Assim como a estética e os gostos.  Meus valores e meus conceitos são para mim. Não para o julgamento dos outros.

Os rótulos que me colocam, de acordo com minha aparência, vestimenta, jeito de andar, falar ou gesticular, não me prendem. Eles afetam são as pessoas que me rotulam, incapazes de perceber a imensidão de características que me compõe. Eu, Marcela, continuarei sendo vaidosa, perfeccionista, estudiosa, brincalhona, calma; continuarei preocupada com meu trabalho, com meus amigos, com minha família, com meus afazeres domésticos, com meu lazer até que tudo isso me baste, eu experimente novas coisas, eu me reinvente.


A diversidade é o que me encanta no mundo, nas pessoas.  A liberdade de poder experimentar, de conhecer, de transformar é o meu objetivo de vida. Nada no mundo está estagnado.  As coisas são efêmeras, a vida é passageira. Rotular é colocar uma camisa de força. É parar a vida.



Marcela Castro

3.12.09

Prato do dia

"Prato do Dia" traz o resultado do processo de montagem de um novo espetáculo, que se iniciou com a pergunta: você tem fome de quê? Dirigido por Lenine Martins, o grupo de atores partiu do estímulo de desejos pessoais. Daí, várias “fomes” surgiram: consumismo, pedofilia, religiosidade, ditadura da beleza, o corpo como receptáculo de memórias e cicatrizes, o corpo banalizado pelo sexo, as obsessões das dietas, a fuga da rotina nos bares e vícios, a solidão e a impressão de que tudo está sendo deglutido rápido demais, ou seja, não há tempo de se digerir nada.

Diversos rótulos, expostos em um só banquete.

ESPETÁCULO "PRATO DO DIA"
20 de novembro a 06 de dezembro
quinta a sábado, 21h, domingo, 20h
Local: Galpão Cine Horto
R. Pitangui, 3613 - Horto

Ingressos: R$20 (inteira) | R$10 (meia)

Direção de Lenine Martins
Dramaturgia de Letícia Andrade
Com: Ana Flávia Faria, Andréia Duarte, Daniela Perucci, Elise dos Santos, Fabiana Martins, Gabriel Coupe, Juliana Capibaribe, Leonardo Souza, Lucas Ferreira, Mariana Jacques, Patrícia Lanari, Renata Emrich, Válber Palmeira, Valeria Fernandez


Duração do espetáculo: 70 MINUTOS
Classificação indicativa: 16 anos

Sinopse
Sob a forma de depoimentos e situações espetaculares, diversos personagens são retratados ora como “pratos”, ora como “clientes” consumidores de um grande refeitório, onde o espectador pode se deparar com situações que fazem eclodir a fome escondida em cada um de nós.


Dica de Prussiana Fernandes

Puta?

Ainda sobre o tema anterior, sugestão de Gabriel Figueiredo:




Sobre moças de família e putas

O fato se deu no país do carnaval, em sua 20ª cidade mais populosa. Era dia do lançamento do Windows 7, mas os entendidos em informática aguardavam mesmo era o lançamento do Ubuntu Karmic Koala.
Neste dia – em plena Idade Média – uma universidade particular parou para insultar uma de suas alunas de PUTA, por ter comparecido às aulas com um vestido que os fiscais da moral e dos bons costumes consideraram indecente.

Após o episódio, a vítima foi a um programa sensacionalista na TV e se disse injustiçada, mas ao final reconheceu que teve sua parcela de culpa por ir à faculdade naquele traje.

A moça, que até então não via mal algum em exibir suas formas, agora titubeava entre o certo e o errado; entre o moral e o imoral; entre o bem e o mal.

Os agressores venceram; a vítima agora se sentia culpada de sua insolência.

Este também era o espírito da lei da época. A exposição de motivos da parte geral do Código Penal brasileiro de 1984 :
50. (…) Fez-se referência expressa ao comportamento da vítima, erigido, muitas vezes, em fator criminógeno, por constituir-se em provocação ou estímulo à conduta criminosa, como, entre outras modalidades, o pouco recato da vítima nos crimes contra os costumes. (…)
Muitos juízes, naquela época de repressão sexual intensa, reduziam a pena do réu no crime de estupro, se fosse comprovado nos autos que a vítima o provocara com suas roupas indecentes. É certo que alguns professores de Direito Penal se insurgiam quanto ao entendimento machista dominante, mas ainda levaria algum tempo para que os juízes aprendessem a separar o Direito dos seus preconceitos moralistas.

O linchamento moral da moça podia ser interpretado com um sacrifício catártico, tal como o do bode, com o qual os estudantes da universidade procuravam purificar o mundo das imoralidades que à época ameaçavam o “cidadão de bem” e à sua família.

Naquele tempo, muitos homens ainda dividiam às moças em “pra casar” e “pra trepar”. A nudez para eles era sempre muito bem-vinda, desde que fosse por eles solicitada e entregues pela mulher, tal como uma cessão diante de tão bons argumentos. A nudez ou a simples insinuação erótica de iniciativa exclusiva da mulher era a maior das transgressões, pois ameaçava a ordem patriarcal vigente.

Era um tempo confuso. A maioria dos homens e mulheres ainda estavam confortáveis em seus papéis de gênero, determinados pelo próprio Deus quando da expulsão do Jardim do Éden.  Muitas concessões já haviam sido feitas e o sexo já era até admitido antes do casamento; mas os papéis ainda eram respeitados pela maioria: a moça de família até podia ceder às súplicas masculinas, nunca sem antes fazer algum charme, mas àquelas que tomassem a iniciativa sexual, outro rótulo não lhes restava senão o de PUTA.

A execração pública da universitária do vestido curto foi vista pelos homens e mulheres de seu tempo como um radicalismo injustificado. A maioria acreditava que este tipo de comentário não deveria ser anunciado em alto e bom tom, mas de forma mais discreta, por cochichos nos corredores. Não discordavam da opinião dos universitários em si, mas apenas do modo radical como foi expressa, mais condizente com o comportamento dos bárbaros orientais daquele tempo que ainda aplicavam a pena de lapidação.
Um cronista da época ironizou muito bem o pensamento dominante da classe-média de seu tempo:
Sou contra isso que aconteceu na Uniban, mas acho que a moça tinha que ter a decência de escolher uma roupa maior, né?
Há uma sutil diferença entre a tolerância e o respeito. Naquele tempo, já se começava a tolerar as insinuações sexuais de iniciativa feminina, mas ainda levaria um bom tempo até que a maioria passasse a respeitar as iniciativas sexuais das mulheres e a vetusta distinção entre moças de família e putas deixasse de existir no inconsciente masculino.

por: Tulio Vianna, que gentilmente permitiu sua publicação no blog

texto publicado em http://tuliovianna.wordpress.com/2009/10/31/sobre-mocas-de-familia-e-putas/

2.12.09

Paula Modenesi

Sou baixinha, mas já fui alta. Gosto de esportes sim, mas também amo um filminho acompanhado de brigadeiro. Adoro sair, mas nada é melhor do que chegar na sua própria casa...

Sou alegre, sonhadora e vivo (em grande parte do tempo) no mundo da lua. Acho que cada segundo é único e merece ser vivido de maneira intensa. Gosto de conhecer o diferente, e gosto DA diferença. Se pudesse, viajava o Mundo todo em busca dela!

Adoro a mistura de etnias, culturas, gostos em geral. Para mim as pessoas não têm que seguir um padrão, alias, detesto o padrão. Acho que cada um é o que quer ser, então... deixe ser. Por isso digo: dispa-se dos rótulos.




 
 
 
 
   
Paula 1
Paula 2
 
Paula Modenesi

1.12.09

Fábio Couto

Sou uma pessoa de extremos: simpático e rude, sutil e bruto, sério e debochado, compenetrado e distraído. Talvez meio bipolar, talvez apenas confuso. Transito entre emoções diversas, comportamentos opostos, mas sempre intenso, sempre visceral, exagerado.


É por isso que não acredito que rótulos caibam em mim. Que tipo de rótulo seria abrangente o suficiente para incluir maneiras tão opostas de se sentir, de lidar com as pessoas, comigo mesmo, com a vida?! Que classificação daria conta de tanta inconstância, de tanta loucura? Os rótulos são compartimentados demais, restritos demais, não são suficientes para cobrir toda a grandeza do ser. De qualquer ser.

Rótulos limitam e eu não quero, por favor, que me imponham limites.








Fábio 1
Fábio 2


Fábio Couto

25.11.09

Conrado Abreu

Porquê deveriámos nos dispir dos rótulos? Simples: Não somos feitos de valores absolutos. Somos relativos a inúmeras variáveis a nossa volta, como o momento e o contexto. Plagiando Raul Seixas, somos todos uma metamorfose ambulante e temos alterados sentimentos e manias ao longo do tempo e até mesmo ao longo do dia. Coisas absolutas só mesmo na matemática. Bem, acho que nem ela pois, ultimamente, os estudiosos desta ciência se renderam à relatividade.



Entendo a necessidade das pessoas rotularem as outras. Criamos expectativas em relação ao semelhante, o que é um espécie de mecanismo de defesa, pois nos ajuda a reconhecer locais, grupos e coisas. O problema é que 99,9% (não irei dizer 100% porque, como disse, não há nada absoluto) das rotulações são superficiais. Por isso, prefiro deixar os rótulos para os fabricantes de xampu e não para pessoas.

Conrado Abreu

22.11.09

João Paulo Raia

Não sou o mais sociável dos seres, mas gosto de apreciar a beleza de uma boa amizade (que, inevitavelmente, me fará muito feliz).

Gosto do meu cabelo curto...até que ele cresça e eu mude de opinião. Mudar de opinião é saudável.

Sou um fã incondicional da ecleticidade e os rótulos em nada ajudam seu desenvolvimento.

Sou alto, risonho, meu nariz é grande, sou apaixonado por línguas e cultura em geral. A ignorância não me satisfaz. Tenho muitas ambições e sonhos na vida, sou bem regulado com meus deadlines, até que algo me faça perder a cabeça e virar meu mundo de cabeça pra baixo. Não sou certinho, CDF, retardado ou nada do gênero.

Sou uma mistura de influências, de tendências, opiniões... Sou, simplesmente, João.








João 1
João 2

João Paulo Raia, 19 anos

20.11.09

Gabriela Silva

Não fumo, não bebo, não como carne.


Acredito em Deus.

Acredito na beleza como um estado de espírito, no poder do bem, da caridade e do amor ao próximo e faço o meu máximo pela paz mundial.

Gosto de fazer as coisas certas, as coisas que deixarão tranqüila minha consciência e das quais não me arrependerei depois.

Gosto de dançar, de atuar e não me envergonho facilmente, por mais ridícula que possa parecer ou por maior que seja meu decote.

Não sou frigida, não sou católica, não sou santa nem beata. Não quero ser miss nem viver do meu sex appeal, quero ser eu e para isso me são necessários muito mais do que rótulos.









Gabriela 1
Gabriela 2


Gabriela Silva, 20 anos

Nunca pensei em ser modelo


O primeiro obstáculo que tive que superar para começar a carreira foi superar o próprio preconceito, derivado do rótulo que eu coloquei na palavra “modelos”. Pra mim, eram pessoas impossivelmente belas, mas que não tinham nenhuma preocupação além da aparência. E que a profissão não exigia mais que um rostinho bonito. Como toda generalização, essa era burra. Como várias que eu já tinha vivido antes, de quem estuda na Fafich, de quem faz Comunicação Social, de quem estuda no Colégio Santo Antônio...


Sempre fui magrela e a mais alta da turma (no meu colégio, a gente tinha que fazer fila em ordem de tamanho). Quando chegou a adolescência, eu continuava magrela enquanto as outras meninas encorpavam. Fui à nutricionista buscar uma receita pra engordar. Mesmo tomando dois Milk-shakes cheios de carboidratos por dia, o peso não variava visivelmente. Até mesmo em locais em que a magreza deveria ser valorizada, como nas minhas aulas de dança, isso era motivo pra eu me sentir deslocada. Porque era alta demais e chamava muito a atenção, ficava sempre no fundo do palco.


E mulher tem essa coisa de que falar com a outra sobre a sua gordura é pecado. Com as magras, não existe esse pudor. “Ah, eu quero emagrecer, mas não ficar igual à Gabriela!”. Esse comentário eu ouvi mais de uma vez... E também perguntas sobre eu estar me alimentando bem, mas bem MESMO? Eu sempre comi super bem, a “culpa” da minha magreza era a genética. Minha mãe era magra, meu pai era magro, minhas tias eram magras, minhas avós eram magras e por aí vai.


Procurei uma agência no meio de 2009, por insistência do meu namorado, que adorava me fotografar. Fiz curso de passarela, book e já realizei alguns trabalhos. Não posso afirmar como é o mundo das top models, do qual não faço parte, mas as meninas new faces, como eu, contam histórias semelhantes de tentativas de engordar na adolescência e de roupas que não serviam. Encontrei um meio em que meu tipo físico era valorizado, enfim. E com pessoas das mais diversas, com interesses que vão de peixes a skates. Passando pela preocupação com a aparência, mas de longe não a única. Como em todos os outros setores da vida social...
O trabalho de modelo é sim muito penoso. Podem te chamar a qualquer momento e você tem que aparecer impecável para o cliente. São horas de antecedência para chegar antes de um desfile ou sessão fotográfica. Aqui em Minas Gerais, ainda é necessário tirar um registro no Sindicato de Artistas para quem tem mais de 16 anos. A prova exige comprovação de matrícula ou de conclusão do Ensino Médio. Muitas como eu têm que fazer mil malabarismos para conciliar o trabalho com a faculdade (tem gente da Aquacultura, Nutrição, Administração, Comunicação, Arquitetura, Odontologia...). E é muito importante conhecer o meio em que se está trabalhando, quem são os fotógrafos, cabeleireiros, maquiadores, estilistas e jornalistas de moda. Como em toda profissão.


Apesar de estar com a vida muito mais atarefada agora, a carreira de modelo me fez muito bem. Passei a me preocupar mais com alimentação e prática de esportes, com a saúde do corpo em geral. Porque não basta ser magra. A pele e o cabelo têm que estar bonitos, as bochechas coradas, não pode ficar se expondo ao sol, nem ter olheiras (tá, isso eu ainda não consegui nesse final de semestre)... Eu não acho que quem fica sem se alimentar para emagrecer consiga atingir todos esses requisitos. Por outro lado, o conceito de beleza que era tão caro pra mim (e que me desmotivava a tentar algo na moda antes) é muito volúvel, não cabem ali só as meninas no padrão “clássico”, de carinha de boneca, mas de variados tipos, desde que saibam trabalhar sua expressão corporal de forma a valorizar suas características.
Pode não ser assim para todas as meninas que entram nesse meio. Contudo, minha experiência tem sido muito válida e, sendo eu regra ou exceção, o rótulo “modelo” como eu conhecia não me cabe, sem dúvida.


Gabriela Terenzi - 2º Período de Comunicação Social

*Agradecemos à Gabriela pela participação e colaboração.

16.11.09

Dispa-se

“A palavra convence, mas o exemplo arrasta”, é o que dizem por aí...

Somos múltiplos. Somos vários. Reconhecendo isso, nos propomos a um ensaio fotográfico para que pudéssemos nos colocar a mostra, exibir rótulos que já nos colocamos ou recebemos, mas dos quais podemos e queremos nos despir.


Isso por que reconhecemos que a delicadeza não impede ímpetos de ousadia e radicalismo; a prática de esportes não nos torna seres completamente saudáveis;
A descendência não determina nossa capacidade intelectual nem nosso interesse por frivolidades. A seriedade de nossos trabalhos ou o tamanho de nossas responsabilidades, não limita nossos gostos e preferências musicais e muito menos nossos gostos mais ou menos refinados nos fazem seres pouco produtivos. Consumir determinadas marcas não nos impede de ter preocupações sociais ou o contrário.
Parecer um, não nos impede de ser outro e mais outro e quantos mais quisermos.